Formigamento nas Mãos e Pés: O Que Pode Ser e Quando se Preocupar

Sentir aquela sensação de formigamento nas mãos ou nos pés, como se pequenas agulhas estivessem espetando a pele, é algo que quase todo mundo já experimentou. Pode surgir ao acordar, depois de ficar muito tempo sentado ou até sem motivo aparente. Às vezes, é passageiro. Outras, persiste e vem acompanhado de dormência, queimação ou fraqueza. Mas afinal, quando isso é normal e quando deve preocupar?

Entendendo o formigamento: o que está acontecendo no seu corpo?

O termo médico para formigamento é parestesia. Trata-se de uma alteração na condução nervosa, ou seja, nos sinais que os nervos enviam ao cérebro. Quando esses sinais são interrompidos, comprimidos ou confundidos, é aí que sentimos aquela sensação incômoda de “agulhadas”, dormência ou até queimação.

Essa alteração pode ser temporária — como quando você dorme sobre o braço e ele “adormece”. Nesse caso, a pressão comprime os nervos momentaneamente, e o formigamento passa logo que o fluxo sanguíneo e a condução nervosa se normalizam. Mas em outros casos, o formigamento pode ser sinal de uma condição mais séria que merece investigação médica.

Possíveis causas de formigamento nas mãos e pés

1. Compressão nervosa

A causa mais comum de formigamento é a compressão de nervos. Isso pode ocorrer de forma simples (como manter uma posição por muito tempo), mas também por condições estruturais:

  • Síndrome do túnel do carpo: ocorre quando o nervo mediano é comprimido no punho. Muito comum em quem digita muito ou faz movimentos repetitivos com as mãos.
  • Hérnia de disco: a compressão de raízes nervosas na coluna pode irradiar sintomas para os braços ou pernas.
  • Ciática: quando o nervo ciático está comprimido, é comum o formigamento nos pés ou pernas.

2. Deficiências nutricionais

Algumas vitaminas são essenciais para a saúde dos nervos, como a B1, B6, B12 e o ácido fólico. A deficiência de vitamina B12, por exemplo, pode causar neuropatia periférica, com sintomas como dormência, formigamento e fraqueza.

Pessoas com dietas restritivas, alcoolismo ou problemas na absorção intestinal (como gastrite atrófica ou uso prolongado de inibidores de acidez) estão mais propensas.

3. Diabetes mellitus

O diabetes é uma das principais causas de formigamento crônico nos pés. Quando os níveis de glicose permanecem elevados por muito tempo, podem danificar os nervos — uma condição chamada de neuropatia diabética.

Esse tipo de formigamento costuma ser simétrico, iniciando nos pés e progredindo para as pernas. Em estágios avançados, pode afetar as mãos.

4. Problemas circulatórios

Quando o sangue não circula bem, os nervos e tecidos podem não receber oxigênio suficiente, resultando em formigamento. Isso é comum em:

  • Doença arterial periférica
  • Fenômeno de Raynaud (vasoconstrição das extremidades em resposta ao frio)
  • Trombose venosa profunda (mais grave, geralmente acompanhada de inchaço e dor)

5. Doenças autoimunes e neurológicas

Doenças como lúpus, esclerose múltipla e síndrome de Guillain-Barré também podem apresentar formigamento como sintoma inicial. Nesses casos, há um ataque do próprio sistema imunológico ao sistema nervoso.

Além disso, quadros como AVC (acidente vascular cerebral) ou tumores também devem ser considerados em casos graves e súbitos.

Quando se preocupar com o formigamento?

Nem todo formigamento é motivo de alarme, mas alguns sinais devem ligar o alerta:

  • Formigamento persistente por dias ou semanas, sem causa aparente
  • Piora progressiva, especialmente se associada a fraqueza muscular
  • Acompanhado de outros sintomas, como perda de sensibilidade, dificuldade para andar, alterações na fala ou na visão
  • Afeta apenas um lado do corpo, o que pode indicar problemas neurológicos
  • Após traumas, como quedas ou batidas na coluna ou cabeça

Se você perceber qualquer um desses sinais, o ideal é procurar avaliação médica, preferencialmente com um neurologista.

Como é feito o diagnóstico?

O primeiro passo é uma boa conversa com o médico, detalhando há quanto tempo o sintoma existe, com que frequência aparece, se piora em determinados momentos do dia ou atividades e se há outros sinais associados.

Depois disso, exames podem ser solicitados para confirmar ou descartar causas, como:

  • Exames de sangue – para avaliar níveis de vitaminas, função tireoidiana, diabetes, entre outros
  • Eletromiografia – mede a atividade elétrica dos músculos e a condução dos nervos
  • Ressonância magnética – usada quando há suspeita de lesões na coluna ou no cérebro
  • Exames de imagem vascular, se houver suspeita de problemas circulatórios

Existe tratamento natural para o formigamento?

O tratamento depende da causa, mas há algumas medidas naturais que ajudam a aliviar os sintomas, especialmente quando o problema está relacionado à má circulação, postura ou estilo de vida:

1. Corrigir a postura

Evitar ficar muito tempo na mesma posição, especialmente sentado ou com membros comprimidos, é essencial. Alongamentos e pausas ao longo do dia fazem diferença.

2. Atividade física regular

Caminhadas leves, yoga ou exercícios que estimulem a circulação e o fortalecimento muscular ajudam a prevenir compressões nervosas e a manter os nervos saudáveis.

3. Alimentação rica em vitaminas do complexo B

Incluir alimentos como ovos, carnes magras, vegetais verdes escuros, leguminosas e grãos integrais pode ajudar a repor vitaminas importantes para a saúde dos nervos. Em alguns casos, o médico pode indicar suplementação.

4. Massagens e técnicas de relaxamento

Massagens suaves nas mãos e pés podem estimular a circulação. Técnicas como meditação e respiração profunda também ajudam, principalmente se o formigamento estiver associado à ansiedade ou estresse.

Conclusão: escute o seu corpo

O formigamento nas mãos e pés pode parecer algo pequeno, mas é um sintoma que merece atenção, especialmente se estiver associado a outras alterações. A boa notícia é que, na maioria dos casos, ele tem tratamento e controle, principalmente quando identificado precocemente.

Se você sente isso com frequência, evite se autodiagnosticar. Converse com um profissional de saúde, relate seus sintomas e cuidar de você será sempre o melhor caminho.


Referência confiável:
Cleveland Clinic – Numbness and Tingling: Causes and Diagnosis

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